27/11/2013

Deficiente visual é obrigado a sair de loja por estar acompanhado de seu cão guia

Foto: Facebook Júlia Cão Guia
Gabriel tem 28 anos e é deficiente visual desde que nasceu. Trabalha como analista de sistemas e recentemente ele e sua cão guia, sofreram preconceito ao entrar em uma loja de um shopping em São Caetano do Sul-SP.

Sua companheira de todas as horas é da raça Golden Retriever, chama-se Júlia e tem 4 anos. Acompanhem a história logo abaixo:
Gabriel e Júlia viajando de avião
Foto: Facebook Júlia Cão Guia

O que aconteceu? 
 
Entrei em loja de artigos importados no ParkShopping São Caetano para comprar um presente para minha namorada. Minha prima de 11 anos foi comigo, enquanto minha namorada e meus tios esperavam no corredor. Fiquei aguardando que alguém me atendesse, mas não obtive resposta.

Pouco depois, um funcionário me abordou dizendo que eu não poderia entrar lá com meu cachorro. Expliquei que estava dentro da lei: os cães-guias podem circular por qualquer espaço público. Ele continuou sendo arrogante. Fiquei constrangido. Disse que se ele quisesse que eu saísse, teria que chamar a polícia. O rapaz me deixou lá sozinho, dei uma volta na loja para mostrar como a Júlia é tranquila e fui embora.

O que fez em seguida?

Pensei em ir na delegacia, mas como era feriado preferi evitar essa dor de cabeça. Publiquei a história no Facebook e milhares de pessoas compartilharam. A empresa escreveu um comunicado pedindo desculpas.

Isso já ocorreu antes?

Sim, mas em todas as vezes eu expliquei sobre a lei e a pessoa acabou compreendendo. Muita gente não sabe e acha que se trata de um cachorro comum.

Há quanto tempo está com a Júlia?

Há pouco mais de um ano. Ela me acompanha o dia inteiro, dentro de ônibus e metrô, quando vou para o trabalho e para a faculdade à noite. Andei mais de vinte anos com a bengala. Quando ela entrou em minha vida, precisei me entregar totalmente. É preciso ter plena confiança na condução dela.

Por que criar uma página do Facebook para ela?
Só há oitenta cães-guia no Brasil. Sinto-me privilegiado em ser uma das pessoas beneficiadas. O site é um modo de divulgar o trabalho dela e fazer com que as pessoas apoiem mais a causa. Ela faz bastante sucesso, tem mais de 2000 seguidores.

O que a Júlia gosta de fazer?
Ela não pode brincar com bolinha, pois há muita gente jogando bola na rua e isso pode distraí-la. Mas ela ama morder garrafas pet e ir na piscina.

Fonte: Veja SP / Bichos
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3 comentários :

  1. acho que tudo deve ter limites e bom senso! Assim como tem os que gostam de bichos, também tem os que não gostam. Essa loja vende produtos alimentícios e para quem não gosta de bicho produtos alimentícios e pelos não combinam.

    fernando - campinas

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  2. A matéria não cita se foi nesta loja da foto que ocorreu o fato. A tal loja deveria ter sido citada SIM. E mesmo que fosse em uma loja de produtos alimentícios, pô cara, o animal é treinado. Não iria sair atacando tudo na loja. E pelo que imagino um cão de raça e treinado não sairia por aí soltando pelos. Faça-me o favor. Uma simples retratação da empresa em um simples "comunicado" não elimina o constrangimento. Infelizmente isso é Brasil!!

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  3. Eu também não gostei do modo que o jovem deficiente foi tratado. Cães guias não são cães comuns, eles são específicos para conduzir deficientes visuais. Sendo assim, o funcionário foi extremamente ignorante, passando a ser mau caráter(pois desprezou o Gabriel) após ser lhe explicado a lei quanto ao acesso desses animais em lugares públicos e privados.

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